sábado, 27 de junho de 2009

regionalizaçao do brasil


O espaço geográfico é um espaço diferenciado. Paisagens diversas aparecem aos olhos de quem se desloca, produzindo sensações de alegria, depressão, espanto, curiosidade, etc.

Viajando de carro ou de ônibus, observamos uma sucessão de imagens: montanhas e vales desaparecem e são substituídos por planícies, florestas verdejantes tomam o lugar de arbustos ressecados ou gramíneas rasteiras. Viajando de avião, abaixo do tapete de nuvens, observamos campos cultivados que desenham formas geométricas, pastagens extensas quase vazias, montanhas recobertas de árvores. Quando o avião decola ou aterrissa, aparecem edifícios, favelas, ruas movimentadas, chaminés: a paisagem da cidade.

Quais são as causas de todas essas diferenças? Por que o espaço geográfico apresenta paisagens tão variadas?

A primeira causa da variedade de paisagens está na natureza. A natureza é bastante diversificada. Ela produz variações muito grandes no espaço geográfico. Climas, relevo, solos e vegetação são responsáveis pelo aparecimento de diferentes paisagens naturais. Lugares muito quentes e secos exibem vegetação pobre, de arbustos cinzentos e gramíneas esparsas. Lugares quentes e úmidos exibem vegetação florestal e grandes rios. Em lugares frios aparecem monótonas florestas de pinheiros.

A Segunda causa da variedade de paisagens está na sociedade. A produção de riquezas e as culturas diferenciam o espaço geográfico e as paisagens.

Algumas áreas foram ocupadas pela economia moderna a tempos. Com isso, foram profundamente modificadas pelo trabalho social dos homens que ergueram cidades e indústrias, cultivaram os campos, construíram rodovias e ferrovias. Outras áreas dedicam-se à produção agrícola tradicional.

Regionalizar o espaço geográfico é dividi-lo em regiões, levando em conta as diferenças paisagísticas e a organização sócio-econômica das diversas áreas. É possível regionalizar espaços geográficos grandes ou pequenos. Pode-se regionalizar um bairro, dividindo-o em áreas residenciais, industriais, e comerciais. Pode-se também dividir o mundo inteiro, identificando, por exemplo, regiões desenvolvidas e subdesenvolvidas. A ocupação humana e econômica do território brasileiro produziu modificações importantes no espaço natural. Em vastas áreas, a vegetação original foi quase inteiramente destruída, como aconteceu com as matas tropicais dos mares de morros ou a mata de araucária nos planaltos do sul do país. No seu lugar, surgiram pastagens, campos cultivados, regiões industriais, cidades.

As primeiras propostas de divisão regional do Brasil baseavam-se nas diferenças da paisagem natural. Atualmente, porém, não faz mais sentido elaborar uma divisão regional que não leve em conta as alterações da paisagem produzidas pelo homem.

Por isso, a divisão oficial do Brasil em regiões baseia-se principalmente nas características humanas e econômicas do território nacional. A regionalização elaborada pelo IBGE divide o país em cinco macrorregiões. Os limites de todas elas acompanham as fronteiras político-administrativas dos estados que formam o país.

Cada uma das macrorregiões do IBGE apresenta características particulares. São "sinais" que ajudam a identificá-las, como os sinais de nascença ou as impressões digitais distinguem as pessoas. Alguns desses sinais são muito antigos, como se a região já tivesse nascido com eles: trata-se das características naturais impressas na paisagem. Outros são recentes: foram, e continuam sendo, produzidos pela atividade social de construção do espaço geográfico.

A região Sudeste é a mais industrializada do país e também a mais urbanizada. As maiores empresas instaladas no país têm as suas sedes no Sudeste. Nessa região, estão as duas principais metrópoles brasileiras: São Paulo e Rio de Janeiro. O domínio natural mais importante é o dos mares de morros, antigamente recoberto por verdes matas tropicais.

A região Sul caracteriza-se pela presença de numerosos descendentes de europeus: alemães, italianos ou eslavos. Essa região apresenta também os melhores indicadores sociais do país. A sua agropecuária, moderna e produtiva, transformou-a em fornecedora de alimentos para todo o país. É a única do Brasil com clima subtropical.

A região Nordeste já foi a mais rica, na época colonial. Depois, sua economia declinou e ela se transformou na mais pobre região brasileira. Por isso, tornou-se foco de repulsão de população. Os migrantes nordestinos, ao longo do século XX, espalharam-se por todo o país. Atualmente, o rápido crescimento econômico de algumas áreas do Nordeste está mudando essa situação.

As regiões Centro-Oeste e Norte são os espaços geográficos de povoamento mais recente, que continuam a sofrer um processo de ocupação. Por isso, a paisagem natural encontra-se, em grande parte, preservada.

A região Centro-Oeste, espaço dos cerrados, começou a ser ocupada mais rapidamente após a construção de Brasília, inaugurada em 1960. De lá para cá aumentou bastante a população regional. Aumentaram também a criação de gado e a produção agrícola. Mesmo assim, existem áreas com densidades demográficas muito baixas, como o Pantanal.

A região Norte, espaço da floresta equatorial, é de ocupação ainda mais recente. Mas essa ocupação vem crescendo rapidamente. A derrubada da mata, as queimadas, a poluição dos cursos de água por garimpos e os conflitos pela posse da terra são conseqüências ambientais e sociais da colonização da Amazônia.

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